O
elevador espelhado,
de
três lados cercado de mim
mostra-me
por inteiro.
Entro
nele, me vendo
tal
qual estou no momento.
Tal
qual sou; não posso dizer.
O
espelho mostra-nos como estamos.
Como
somos não é possível...
Mas,
tudo isso é muito fugaz.
Atrás
de mim vem gente e vem gente.
De
repente, o elevador superlota-se
e
já não me enxergo mais.
O
espelho de três lados
mostra,
agora, apenas fragmentos
de
mim mesmo e dos outros.
E
na disputa de parcelas dos corpos
– flashes
incompletos de nós mesmos
que
os olhos arriscam enxergar –
desaparecemos
no meio da massa,
nos
tornamos disformes no ajuntamento.
Até
o espelho precisa de espaço,
arejamento
e liberdade
para
mostrar a realidade.
Mas,
o que é o real
se
o que o espelho mostra
é
apenas a fantasia de nós mesmos?
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
26 de Maio de 2015
(04h57min).
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