Os
versos do meu poema
não
são para cantar
não
são para ouvir.
O
poema é um edifício
meio
démodé
(rococó?
gótico? jônico?)
meio
verticalizado
na
página de meu caderno
de
notas esparsas
quais
andorinhas que não voam só...
Tem
que ser lido
– e
entendido –
se
preciso, fazendo cálculos;
subindo
andar por andar
as
escadas internas
para
conhecer as entranhas
desse
prédio chamado poema;
para
degustar os sabores
e
aguçar os paladares...
Mas,
depois, é preciso subir
pelas
escadas externas
(as
de incêndio)
para
perceber o colosso
da
beleza arquitetônica do poema
na
construção da forma
nos
detalhes do acabamento
na
beleza do conjunto.
Conteúdo
e forma
sim,
para marcar o tempo
acrescentar
movimento
ao
poema que é pra ser:
lido
com a alma
entendido
com o fígado
reconhecido
com a cabeça
amado
com o coração
enquanto
o vento assobia
em
meus ouvidos sensíveis
qualquer
composição divina
de
Johann Sebastian Bach.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
05 de Julho de 2014
(05min).
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