Passos lentos das capivaras
nas margens do meu Bengalas
pisando o mato verde da
estação.
Piu-Piu!
(Dizem que a limpeza do rio
e a proteção das espécies
trouxe esta esperança
e outros voos também...)
É uma família que transita
nas margens do rio que volta
com outra promessa de vida.
Os filhotes da capivara
atraem os olhares infantes.
Assobiar para a liberdade –
Piu-Piu!
Quando eu era menino
a Natureza em minha cidade
não oferecia tantas coisas
de menino:
os peixes sumiram do rio,
a poluição tomou conta do
ar,
nem pássaros voavam ali.
Agora que cheguei a ser
homem
alguma coisa mudou:
tem capivara no rio
e uns peixinhos nadando.
Tem bem-te-vis nos ares,
biquinhos de lacre e
sanhaços,
canarinhos, azulões...
Ainda há esperança
de o homem salvar-se por
dentro!
Mas é preciso construir de
meninos, homens;
pois é difícil remendar, os
farrapos do que já foi...
Josué
Ebenézer – Nova Friburgo,
06/03/2018 (05h28min).
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