O aluno, ao piano, sente as
teclas, mi-mi-dó.
São cinco notas esparsadas
de um sonho musical.
Mi-mi-dó, caro aprendiz,
volto logo ao meu passado;
ecoam do piano recordações.
Era desse jeito que eu me
assentava
junto ao velho harmônio de
Igreja
com meu pai do lado
o método Anna Magdalena Bach à frente
e o campo de pelada na
cabeça.
O templo vazio: eu, meu
pai
e o harmônio de pedaleira.
O vento passa pelas
janelas abertas,
o clima é ameno, mas há
uma certa tensão no ar...
Mi-mi-dó, menino que me
faz viajar no tempo,
ao passado, em um certo
templo.
São cinco notas da
partitura à minha frente;
que repete: Mi-mi-dó.
E segue:
Ré-mi-fá-sol-mi...
Dóóóóóóó!
O dedo cravado no Dó é meu
choro.
Não serei músico,
nem, tampouco, jogador de
futebol,
mas o que se puder
aprender
na infância da vida
(reflito eu agora)
se levará para o futuro
e será alimento para as
expressões
e os distintivos de
personalidade.
Música alegre, santa
partitura,
que compõe a minha Broadway pessoal!
São cinco gemidos que saem
do meu peito na súplica?
Josué
Ebenézer – Nova Friburgo,
15/03/2018 (05h32min).
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