quarta-feira, dezembro 04, 2013

DIVINAS MULHERES



No começo era o campo pronto para a ceifa...


E chegaram as mulheres e entenderam o recado.
Ai – o que era um simples começo – não teve jeito de parar.
E elas se juntaram e conversaram.
Houve planejamento e trabalho.
E a terra revolvida se encheu da glória do Senhor.

Certo dia, num tempo não muito distante daquele,
Senti-me transportado para
As terras onde as mulheres trabalharam.
E ali um zelo de Deus tomou conta de mim.
E quando retornei outra vez
Havia árvores frondosas naquele lugar,
Carregadas dos frutos do amor.

As mãos calejadas da irmã Marta
Agora estavam unidas em prece pelo povo.
Enquanto isso, as mais jovens das moças
Cuidavam dos frutos.
E havia viço e prazer
E mais adiante, outras mãos experientes tiravam
Acordes das nuvens
Enchendo o ar de uma musicalidade divina.

O tempo passou.
E eu cresci junto com aquele labor.
E os campos já não eram tão brancos
E já não eram todos
E já não eram tão campos.
E algumas mulheres já não eram mais
E no rastro das pioneiras vieram outras
E em meio à pequena multidão havia paz.

Saí de novo daquele convívio
E fui para outras terras
E por onde andava,
Por selvas e desertos,
Acompanhavam-me as vozes daquelas mulheres
E o trabalho daquelas mãos.

Percorri mundos.
Acumulei cabelos brancos.
Construí os sonhos do passado.
Mas te digo uma coisa com certeza:
No exemplo daquelas divinas mulheres
Revolvi os novos campos brancos para a ceifa
Desenvolvi a esperança
E vi a glória de Deus se manifestando nas terras dos homens...


Nova Friburgo, 02/12/2013 (22h30min).



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