A Rosângela e Aliazibe
em seus 23 anos de matrimônio
Reencontrei-me contigo estes dias.
Não foi uma busca insana nos teclados do piano:
ali o som emudeceu com a passagem dos anos.
Foi um grito da derme
nos acordes da esperança
como um grito na garganta
preso pelas cordas de lençol retorcido
lançadas do último andar...
Tudo em mim vai se cumprindo aos poucos
e me assusto com a pele envelhecida
os cabelos escassos
e as lembranças do amor.
Das pétalas coletadas nos trilhos dos anos
eternizo o perfume, a cor e a tessitura
por isso parar é a opção de deixar como está
reviver as emoções, engarrafar o perfume
e entrar numa máquina qualquer que
me leve ao horizonte da satisfação.
Mas os dias estão gravados na memória,
nas rugas, nas veias, nas marcas do tempo
e eles me lembrarão sempre que a vida
não anda para trás: é um constante devir!
E eu me reencontrarei sempre com você
para o infinito, para a eternidade,
porque daqui há um pouco
(meu humano coração pede que seja muito)
novo reencontro se fará na eternidade,
pois somente ali nosso amor
alcançará a dimensão divina que águas
nenhumas poderão extinguir...
Nova Friburgo, 02 de Dezembro de 2010. (20h14min).
quinta-feira, dezembro 02, 2010
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