domingo, fevereiro 15, 2009

HOUVE UM TEMPO...

No passado houve um tempo
Em que tempo existia
De ouvir os passarinhos
Em seu canto de alegria.
De sentir a Natureza
Em seu pleno esplendor,
Contemplar toda beleza
Com presteza e langor.

Houve um tempo no passado
Não tão distante assim
Que o homem enamorado
Olhando pra o céu sem fim
Deparava-se com a lua
E mesmo no meio da rua
Abraçando a namorada
Compunha versos pra amada.

No passado houve um tempo
Tempo de valor imenso:
Não se vendia ou comprava
Simplesmente se gastava
Com família e com amigos
Num labor febril intenso
Para fugir dos perigos
Daqueles ladrões de horas.

Este tempo do passado
Um tempo valorizado
De intensa comunhão
Era um tempo de harmonia
Vivendo com euforia
As coisas do coração
Fazendo com que o dia
Fosse mais que rotação.

Ah, que saudades do tempo
Que se enxergavam estrelas
E se sentia o vento
A baloiçar os cabelos.
Brisa suave da tarde
A eriçar os meus pelos
E eu nestes desvelos
De um coração que arde.

Houve um tempo no passado
Em que existia heróis
E que o braço do homem forte
Era o braço do guerreiro.
Mas já se deixou de lado
Esse tempo dos cowboys.
Hoje o ser encontra a morte
Sem ser homem por inteiro.

No passado houve um tempo
Em que tempo já havia
Pra compor canções da noite
Num banho de poesia.
E a vida corria lenta
Tudo era inspiração
De que a alma se alimenta
Pelas vias do coração.

Houve um tempo no passado
Recoberto de esperança
O stress não existia
Vivia-se a bonança.
Era um tempo mais sincero
Onde a verdade no rosto
Tornava o homem vero
Rechaçando qualquer mosto.

Neste tempo do passado
O homem podia chorar
As lágrimas eram possíveis
Como possível amar.
Não havia a vergonha
De sentir qualquer tristeza
Vivia-se com realeza
E uma graça tamanha.

Tenho saudades do tempo
Em que as lágrimas regavam
A fé e a esperança
Dos homens que confiavam.
Este tempo do passado
Não mascarava o real;
Cada homem perfilado
Vivia seu bem, seu mal.

Hoje, uma canção qualquer,
Um programa de tevê,
Uma fantasia de mulher,
Imagem que só se vê
Em programa de auditório;
Tenta construir um homem
Um ser para este tempo
Mas é tudo ilusório...

Para o tempo de hoje
As ações de nossos dias
Quero encontrar ser real:
Um alguém de carne e osso,
Sentimento e emoção,
Indivíduo integral,
A viver de coração:
Que sendo velho é moço!

São Gonçalo, 08 de Janeiro de 2008. (21h40min).

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