sexta-feira, agosto 17, 2018

VIDA ETERNA

Ela precisa chegar, pois então que chegue
mesmo que em banho de lágrimas.
Que se rompa o laço ou desapegue
como a perda cruel de umas dracmas.

Eu preferiria, Deus, que ela chegasse
em dia de calor e muito sol.
Como o trem que chegou e apitasse
o novo dia, pleno de arrebol.

E que cantassem pássaros e riachos:
a música sacra da Natureza.
E repousassem em mim, os penachos
das aves, seu encanto e beleza.

Eu preciso da vida eterna, preciso dela.
Como viver sem sua esperança?
Se fosse um quadro, uma doce aquarela
encher-me-ia de suave bonança!

Queria que viesse, num domingo e culto
com a Igreja, de branco, a louvar.
E que lábios cerrados fossem um insulto:
não se pode, a Deus, deixar de amar!

Sei que a vida eterna tem como partida
o coração que se rende ao Salvador.
E na própria vida a Cristo dá guarida
ao se render ao Supremo Amor.

Mas preciso da vida eterna que é tão cara,
tão preciosa, esta vida, meu tesouro.
Qual moeda, de coleção, peça tão rara.
Do mais nobre metal, ela é de ouro.

Que ela venha, Senhor, e a sua glória.
Onde os sinos tocam, exaltação.
Que me encha de alegria, trajetória,
de teu amor, nos caminhos, do coração.

Que eu sinta paz, alegria e grande júbilo.
No momento em que ela em mim chegar.
E que meus olhos reflitam o teu brilho
que fará parte, para sempre, do meu olhar.

E que nessa hora, já tomado de alegria,
transite entre teu povo bem feliz.
E testemunhe, com minha vida, do grande dia.
Faustoso dia, radiante hora, que sempre quis.

Se tudo for, como sonhei, data querida.
Da posse eterna, de eterna paz, que não se cala.
Não morrerei, adentrarei, eterna vida,
então que digam, depois de morto, ainda fala!

Josué Ebenézer – Nova Friburgo,
09/08/2018 (12h02min).

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