quarta-feira, março 22, 2017

A ARTE DE BRILHAR

A Vanderlei e Neuza*

“Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora,
que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”
(Provérbios 4.18).



A arte de brilhar não é tão difícil assim;
Tente apagar tua luz e deixar Jesus fulgir.
De brilhos que não meus é a Luz que há em mim.

Brilhe um pouquinho de cada vez
(Facho tímido da manhã), mas quebre o interruptor.
A arte de brilhar, te faz freguês do Sol.

Então, brilhe mais intenso, com mais fulgor:
Acenda tua luz sobre gentes e lugares
Como farol na noite da estrada sem pesares.

Brilhei a luz do meu pai. Ah! E como refletia
O que em casa, com meus irmãos, aprendia.
A arte de brilhar começa na reprodução.

Brilhei umas vidas lindas. Exemplos de Deus,
Que me emprestaram seu brilho. Ah, mamãe,
Como a senhora é luz intensa aos olhos meus!

Não tenho saudades dessa luz, tenho isso sim
Saudades do que vivi, que o tempo já levou.
A luz trago no peito, rosto, ninguém leva de mim.

Mesmo brilhando outros (o exemplo, a vida que vai,
O sentimento que vem) resplandeço a minha luz
É que um dia, pela fé, cri no Cristo que me conduz
E pelas obras, resplandeço, para glória de Deus Pai.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
09/03/2017 (09h54min).


(*) Com carinho e gratidão à Deus, pelas Bodas de Ouro completadas em 10 de março de 2017, em concorrida celebração com belo Culto de Gratidão e linda festa promovida pelos familiares. Neusa Peres da Silva é prima de mamãe e seu casamento foi celebrado por papai em 10 de março de 1967. Participei daquela cerimônia, tinha 4 anos e, agora, tive o privilégio de ser o Orador das Bodas de Ouro. Soli Deo gloria!

VERSOS CELESTES - XI

Penso que se olhasse para os céus
toda vez que a planta dos meus pés
pisasse os paralelepípedos de minha rua –
sendo manhã, tarde ou noite;
enxergando o vento, pessoas ou a lua –
veria meu sonho se movendo nas nuvens...

Em algum movimento aparecerá,
quem sabe, a visão:
da pátria para Cristo,
de brasileiros convertidos,
de minha cidade evangelizada,
de minha casa transformada
em celeiro multiplicador,
e eu liderando a visão
de Deus para estes dias.

E as pedras se encolhendo,
pois jamais terão a chance de clamar,
porque o povo de Deus cumpre sua missão;
e as flores tomam conta do espaço;
e os campos floridos, multicoloridos,
anunciam o tempo certo da colheita;
e o perfume do Cristo,
aroma da fé,
impregnando o sonho
de um sopro agradável;
e propondo, às vidas, real sentido.

É o dom de Deus se fazendo pleno.
A vida vivida como nunca.
São os dons do Espírito distribuídos
em graça benfazeja.
E o Corpo se retroalimentando
e causando impacto nas gentes.

Parece que as aves trazem escritas,
nas asas, as palavras “paz” e “salvação”.
E a harmonia celeste já se vive na terra
como uma antecipação
da comunhão eterna do Paraíso.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
22/03/2017 (05h00min).

VERSOS CELESTES - X

A vida segue seu ciclo
na vida de cada um.
Já começamos a trajetória:
uns, mais para trás do tempo;
outros, onde sopra bem forte o vento.
O que todos não se apercebem
é que viver é consequência
do próprio fato de existir.
E que o tempo é inexorável –
faz parceria com o imponderável –
jogando-nos no túnel da eternidade.
O ciclo da vida tem:
desenvolvimento, maturidade, declínio.
E, balizando tudo isso,
nascimento e morte.
A primeira parte já foi acionada para os vivos,
que navegam em céu de brigadeiro
como se a vida fosse apenas
uma gaivota branca em céu azul,
sob a égide da brisa do mar.
E seguem planando levemente
sem perceber que o amanhã
chega mais rápido que a luz.
Ó vida, ó tempo!
Que nos fazem dons quixotes
de lutas abissais.
Tirai-nos da efemeridade
dos olhos condicionados
pelo hoje e suas mazelas.
Livrai-nos da temporalidade;
elevai-nos à transcendência
onde abrem-se janelas.
Que todos vivam na terra
o sonho de uma civilização
que quer construir mundo melhor.
Mas que saibam que a eternidade
não tem limites temporais,
mas se realiza no colo de Deus.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
21/03/2017 (05h24min).

quarta-feira, março 15, 2017

VERSOS CELESTES – IX

Que proveito tem a vida
se é só pra viver pra si?
Pra lutar por conquistas
que não se levam daqui?

E, então, você chegou
como quem não quer nada
e foi ficando
e se deixou cair no meu trajeto,
mas se mostrou desperto
na caminhada.

Desgarrou-se do medo,
comigo não teve segredo.
Junto ao chão de minha
estrada se fez barro
e deixou-se moldar como eu,
derreter-se como café na mesa
ou mel que escorre do pão.
E eu ali juntinho
fazendo conchinha com a mão
segurando seu derramar,
não deixando esparramar
suas angústias existenciais,
zelando para que por descuido
não se perdesse seu ser.

Você era um qualquer alguém
que transitava livre e solto
por um tipo de vida
comparada ao deserto,
mas havia força em você.
Mesmo em meio ao caos presente
você estava disposto a vencer
e se abria para o novo.

Então, o que recebi do Senhor
eu também lhe entreguei!
E você se fez discípulo
e começou a imitar-me.
Percebi-me responsável,
não poderia falhar.
E você se aprumou
com o Cristo em sua vida.
E, mais um pouco, reproduzia
o caráter de Jesus;
seguindo a mente do Mestre
envolvido em sua Luz.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
04/03/2017 (05h28min).

VERSOS CELESTES – VIII

Penso a vida como uma passagem:
se deixasse os versos soltos por aí
e umas angústias terrenais pela caminhada
quem sabe até abandonando
certos mapas em desacordo
teria tempo suficiente
para fazer do Caminho
meu ideal de vida.
Quem sabe em algum momento
surgisse pelas estradas
novas oportunidades e companhias
nesse dom da renovação
de pedras polidas pelo tempo;
folhas e flores que se imitam
no verde e na cor;
aromas e sabores que emprestam
toda a alegria do existir.
Quem sabe os que me seguissem
atraídos pelo novo cântico
que meus lábios entoam
trouxessem estampadas na fronte
as marcas da nova vida.
Quando enfim chegássemos
ao termo da jornada
e ao epílogo da trajetória
o ponto final vai ornar a lida.
O mundo se curvará
ante o trono do Cordeiro
colocando dia e noite na mesma página
onde o Sol da Justiça
iluminará os corações
daqueles cujos joelhos se dobraram
e cujas línguas confessaram
Jesus Cristo como Senhor.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
04/03/2017 (00h17min).

VERSOS CELESTES – VII

Quando se entra no Caminho
dele não se sai mais.
Qualquer atalho eu deixo
secar como espigas de milho
verde ao sol da colheita
livre ao sul da viagem.
Os raios dourados refulgem
e ali do lado existe tentação:
mas só as formigas programadas
atravessam o pasto.
Sigo o Caminho
e sei qual é meu Continente.
Já não tenho coração partido:
a mensagem do Cristo
juntou os cacos perdidos
e unificou meu coração.
Um tapete de estrelas
comprime minha atmosfera.
Transito fácil do verde ao azul
e sigo o vento Norte
da terra aos céus.
Deixo o rastro do cristão
e trago no corpo as marcas.
Vou pisando meu chão
e cantando meus louvores.
Meu pulmão é exatamente
do tamanho da minha fé.
Deixo as sombras doentias,
me esquivo das facilidades.
À Sombra do Onipotente
eu percorro as cidades.
Não há perto e não há longe:
me move o motor do Espírito!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
03/03/2017 (15h50min).

VERSOS CELESTES – VI

Toda manhã eu abro
o Livro da Vida em casa
para enxergar,
decididamente,
onde estão as orientações
para seguir viagem.
Quanto mais chove em meu interior
(a chuva do Espírito que rega minha vida)
mais se diluem as fronteiras
entre o sagrado e o profano,
pois vou mergulhando nos rios de Deus.
Diminuem-se as distâncias
entre a fé e a vida
e minha fé se faz viva
por obras que a demonstram.
Há luzes, cores e brilhos
nesta festa espiritual:
um hino de celebração
da felicidade da fé.
Agora há uma planície de esperança
onde antes havia cordilheiras.
Já transpus montanhas,
eliminei desertos,
plantei lavouras de Deus...
E onde o solo castigado
(seco e rachado ao vento)
agora cenários de flores,
celebração de amores
onde o perfume de Cristo alivia
intempéries do coração
e o sopro do Espírito esparge
as bênçãos da comunhão.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
03/03/2017 (05h01min).

sexta-feira, março 03, 2017

VERSOS CELESTES – V

Minha vida é uma viagem
que faço com alegria infante.
Viajo olhando por janelas
de veículos que transitam leves
em busca das fronteiras da fé;
das luminosas esperanças de Deus.
Pairam sobre as cidades
(como nos pergaminhos antigos)
vento sem chuva,
sopro sem força,
um miasma de amor
de fragmentos soltos.
Nunca era manhã,
a noite toldava o horizonte,
mas o sonho espargia alegria,
até que me encontrei com a Luz.
Eu passava horas debruçado
nos livros que me abriam
a mente e o coração.
Eu passava o tempo preocupado
onde encontrar o caminho
que me traria salvação.
Nem todos os caminhos levam à Deus.
Só quando descobri o Livro Sagrado
percebi que no mapa da existência
o único Caminho para a Vida
era o Cristo da Fé.
Agora não importa o tamanho da vida
já encontrei Vida Eterna
e estou no Caminho.
Daqui não saio mais
e tenho a eternidade
para a caminhar com a Paz.
Este não é um encontro
que precise de mochila e um pão:
Tu és o Pão da Vida.
Não é um encontro que precise de GPS:
Tu és o Caminho sem perdição.
Não há sustos de espera insegura
numa rodoviária ou aeroporto,
um talvez te ver de longe e não chegar
por conta do atraso do ônibus
ou engarrafamento quilométrico
ou arrastão da alma
nos escombros da fé.
Tu és Caminho e Guia,
Bússola que me dá o Norte
e vais comigo no peito.
Sou habitação do Espírito
e enquanto houver comunhão
não haverá separação.
A vida será apenas o início
dessa viagem emocionante
cujo destino é o Céu.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
03/03/2017 (04h45min).

VERSOS CELESTES – IV

Sei poucas coisas e não sei outras tantas.
Não sei o Dia da Volta do Senhor
e, ninguém o sabe, só o Pai
mas posso viver como se fosse hoje:
preparado para o encontro com meu Rei;
sei que vale a pena viver esta Esperança.
Não sei quem é salvo e quem não é,
mas posso identificar os frutos adocicados
pendendo do caráter dos que frutificam,
posso desenhar um sonho nas nuvens
e enxergar vidas se aproximando do Mestre.
Não sei quantos vão crer,
mas sei lançar a semente, preparar os solos,
para que as recebam com alegria.
E sei revelar a fé no meu dia-a-dia
fazendo a caminhada diária do discípulo
que não se enclausura na fé
mas vai ao encontro do perdido
obedecendo o ide.
Não sei quem vai colher
e quando será o tempo da colheita,
mas sei que preciso semear
e sei quem é o que dá o crescimento.
Não sei como será,
mas sei em quem confiar.
Ainda não vejo nada,
mas quando fecho os olhos
abrem-se as janelas da oração
e exerço a visão do sonho.
Sei ofertar, lançar uma moeda,
ouvir o tilintar no gazofilácio
dos sons da multiplicação da esperança.
Sei orar, depender de Deus,
levar comigo o sonho
num passeio pelo Jardim da Vida,
sentir comigo a doce bonança
do semeador que com confiança
não se sobressalta com as intempéries,
pois o dono da lavoura é Senhor de tudo.
Sei passear meus sonhos por vias desconhecidas
e mesmo que não saiba onde vai dar
como Abraão saio determinado,
pois sei que Deus vai mostrar
em que fim de estrada
o sol vai se acender pra colheita.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
23/02/2017 (05h54min).

VERSOS CELESTES – III

Escrevo para quem lê e procura
encontrar da vida, o real sentido;
para aquele que busca sua cura
e nisto se encontra envolvido.
Escrevo para quem acha que errou
o caminho nas escolhas desta vida
e se volta para o Deus que o criou.

Escrevo para o que desacreditado
das ilusões deste mundo perdido
e se sentindo pouco realizado
agradece por ter sido esclarecido.
Escrevo pra alguém ter esperança
em meio à balbúrdia dessa lida:
a busca, com fé, sempre alcança.

Escrevo, e não me canso dos versos
que procuram acender na escuridão
a chama que mesmo entre dispersos
para alguns se faça luz ao coração.
Escrevo pra que o céu invada a terra
fazendo uso destas simples palavras
e do significado que cada uma encerra.

Escrevo poemas como dos céus ao Vento
do Espírito que sopra livre, onde quer;
quem sabe se este Vento, num momento
sopre em alguém a Esperança que vier
detrás dos montes, desafios do labor.
Escrevo pra que se tirem todas as travas
que impeçam a fé em Jesus Salvador.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
22/02/2017 (05h10min).